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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Só 8,7% dos 4.768 candidatos inscritos no exame da OAB-DF foram aprovados



Publicação: 08/12/2010 07:47 Atualização:
Do total de inscritos no teste, apenas 416 foram aprovados: mudança da organizadora do teste pode ter motivado o baixo desempenho (Gustavo Moreno/CB/D.A Press - 14/2/09
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Do total de inscritos no teste, apenas 416 foram aprovados: mudança da organizadora do teste pode ter motivado o baixo desempenho
Dos 4.768 mil inscritos para as provas do último exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Distrito Federal, apenas 416 foram aprovados, segundo lista preliminar divulgada nesta segunda-feira. Somente 2.277 mil conseguiram classificação para a segunda fase, a última antes da obtenção da carteira que dá ao aprovado o direito de advogar. As 416 pessoas representam 8,7% daqueles que se candidataram inicialmente, ou 18,2% dos que chegaram à etapa final. Para 91,3% dos inscritos, o resultado no teste foi a reprovação.

A porcentagem de aprovados caiu quase pela metade em relação ao índice registrado no primeiro exame feito em 2010. Na edição passada, realizada em junho, 4.418 mil pessoas fizeram a inscrição. Desses, 1.142 chegaram ao teste final e 702 conseguiram aprovação, ou seja, 15,88% em relação aos inscritos e 61,47% dos que passaram para a segunda fase. A lista publicada na segunda-feira é considerada provisória, já que o prazo para apresentação de recursos começa hoje e dura três dias. Os candidatos devem protocolar os pedidos por meio dos sites www.oab.org.br e www.fgv.br.

Pela primeira vez, a Fundação Getulio Vargas (FGV) foi a responsável por elaborar o teste. Antes, quem aplicava a prova era o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe).

O advogado Maurício Gieseler, que administra um site sobre o exame da OAB, o www.portalexamedeordem.com.br, criticou os critérios de contagem da nota e a elaboração do espelho — um reprodução da prova do aluno disponível na internet. O especialista acredita que o teste deve ser corrigido novamente e a lista de aprovados, revogada. “A correção precisa ser anulada, não a prova. É caso de mandado de segurança e ação civil pública”, afirmou em seu blog.

De acordo com o especialista, a estruturação do espelho foi diferente do que em anos anteriores. O que mais chamou a atenção, segundo Gieseler, foi o desrespeito a critérios impostos pela própria OAB, em edital, na hora da correção das respostas. “Houve a violação do Provimento nº 139/20056. Segundo o artigo 6°, parágrafo 3°, “na prova prático-profissional, os examinadores avaliarão o raciocínio jurídico, a fundamentação e sua consistência, a capacidade de interpretação e exposição, a correção gramatical e a técnica profissional demonstrada”. A FGV não colocou no espelho todos os itens mencionados”, destaca.

“Sem peguinhas”
Rafael Teixeira Barreto Marques, 30 anos, morador de Águas Claras, foi reprovado por 0,05 ponto. “Vou entrar com recurso. Essa prova foi um absurdo. Tem muita gente revoltada. E o pior: o exame da ordem é uma máquina de dinheiro para a OAB. Se você reprova a 2ª fase tem que pagar novamente e fazer a 1ª e a 2ª. Lamentável”, queixou-se. A inscrição para o teste custa R$ 200.

O presidente da Comissão de Estágio e Exame de Ordem da OAB-DF, Marcelo Jaime Ferreira, afirma que a prova passou por mudanças drásticas com a troca da instituição organizadora. “O DF tinha tradição de aprovar somente 26% na primeira fase. Dessa vez, quase 50% passaram para a segunda. Isso mostra que o teste foi mais inteligente, sem peguinhas”, explicou.

Segundo os candidatos, os problemas foram constatados na segunda etapa. Ao inscrever-se para o exame, o candidato escolhe a área sobre a qual será avaliado. Entre as opções, há direito civil, penal, trabalhista etc. “Os alunos que escolheram os temas considerados mais complexos (constitucional, administrativo, tributário) tiveram 50% de aprovação”, afirmou Ferreira.

Com relação à correção das provas, Ferreira admite uma possível necessidade de ajustes. “É o primeiro exame da FGV. Se houve algum erro, isso será revisto com toda a tranquilidade”, garantiu o presidente da comissão. A FGV, por meio da assessoria de imprensa, informou que os alunos que se sentirem prejudicados podem entrar com recurso. Segundo a fundação, a prova, de fato, mudou, mas obedece a todos os critérios estabelecidos pela OAB nacional.

Ranking
A OAB divulgou o desempenho das faculdades do DF nas provas de 2010. As cinco mais bem colocadas foram: Universidade de Brasília (UnB), 90% de aprovação; Centro Universitário do Distrito Federal (UniDF), 60,86%; Centro Universitário de Brasília (UniCeub), 58,84%; Universidade Católica de Brasília (UCB), 58,09% e Processus Faculdade de Direito, 51,11%. Veja a lista completa do desempenho das instituições de ensino: www.oabdf.org.

Os números do exame 2010

1º EXAME

Organizadora: Cespe
Prova objetiva aplicada em 13 de junho e teste subjetivo em 25 de julho
Inscritos no DF: 4.418
Aprovados na 1ª fase: 1,142 mil — 26%
Aprovados na 2ª fase: 702 — 15,88%
Resultado final após recursos: 770 — 17,42% do total de inscritos no exame e 67,33%, considerados apenas os aprovados na primeira etapa
Total de inscritos no Brasil: 95,159 mil
Aprovados: 13,250 mil — 13,92%

2º EXAME

Organizadora: Fundação Getulio Vargas
Prova objetiva aplicada em 26 de setembro e teste subjetivo em 14 de setembro
Inscritos no DF — 4.768
Aprovados na 1ª fase: 2.277 mil — 47,75%
Aprovados na 2ª fase: — 416 — 8,75% do total de inscritos no exame e 18,26%, considerado o número de aprovados na primeira etapa

O resultado final, depois de esgotado o prazo para apresentação de recursos, será divulgado em 23 de dezembro.

Total de inscritos no Brasil — 110 mil
Aprovados: 12,634 mil — 11,48%

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